terça-feira, 13 de janeiro de 2009

A três mãos

Achei que o erro era verdade

Tornei verdade o que achei

Sou sincero, mentira, verdade

No fundo já não me importo

Pois o erro poderia ser acerto

A verdade descartada

Como todo o resto

Todo o resto de respostas em meias palavras

Aliado a tudo que permanece intacto

Logo após o momento

Em que eu senti mais intenso

E por isso resolvi pedir perdão

Estou aqui ausente, presente

Vou quebrar o violão

Rasgar as palavras

Desafinar a vida

Todas as vidas

Fazer de tudo uma grande mentira

Se é que já não é

Se é que já não foi

Se é quem já não sou

E talvez nunca fui

Nunca passei pelo momento

Que ecoa dentro da minha cabeça

Como uma voz possante

Como um corpo de alma, músculo e sexo

Como o perigo do incerto

Achei que era mentira

Tornei mentiras minhas verdades

Meu corpo nu ecoa verdade

Rasgue meu corpo

Veja o que está dentro de mim

E saberá porque me prendo dentro dele

Dele, que guarda as verdades e mentiras

As farsas e fantasias

Tudo que já fui um dia

Talvez o que mais amo ou o que mais odeio

Mas sem dúvida eu escolhi

Por viver, matar ou morrer

Acreditar ou em esquivar

Partir ou andar, me encorajar ou amedrontar

Sem me distrair

Mantendo sempre o que busquei

Atravessei paredes. Caí

Quebrei um braço, um rosto

E rapidamente me consertei

Agora vou e se você quiser posso voltar

Se você quiser posso continuar

No mesmo passo

Com seus passos

Sem me importar se faço o certo

Sem me importar com as coisas que carrego

Sem me importar comigo mesmo

Pois agora sei o que me feri, o que me curta

É você

Mas não me importo

Pois agora sei que você e eu

Somos a mesma coisa.

Um comentário:

Estante de Aço disse...

Fabãooo.. q dahora, dá até pra identificar onde sou eu, onde é vc e onde entra Kelly, hehehe...
Essa é uma de nossas riquezas, q bom q escrevemos, kkkk...Faz tempo!